CAPÍTULO 2 – DESCUBRO A VERDADE
No final do dia, quando estávamos todos indo dormir, espero Tony se distrair e vou no quarto de minha mãe.
- O que está fazendo aqui Kevin? Vá dormir. – Disse ela.
- Antes, quero fazer algumas perguntas.
- Depende. Quais?
- Primeiro de tudo, me fale porque você está chorando.
- Já disse que não era por nada.
- Mãe, fale a verdade.
- Tudo bem. Eu apenas estava me lembrando do passado.
- Em que exatamente?
- Não quero falar.
- Mãe. – Disse com um olhar irritado. – Diga.
- Do seu pai. – Ao dizer isso, vi que ela estava quase chorando, já que ela nunca falou pra mim sobre meu pai e eu nunca o vi.
- Papai? O que tem ele?
- Não é da sua conta, saia daqui. – Disse com raiva.
- Mãe, me desculpe, apenas quero saber um pouco sobre ele, é um direito meu. Acho que Tony também quer saber um pouco sobre ele.
Ao dizer isso, ela se pôs a chorar e me abraçou, fazendo-me sentir uma pessoa má, mesmo não sabendo o que havia acontecido. Então, ela me largou e olhou fundo em meus olhos e disse:
- Venha comigo, quero te mostrar uma coisa.
Ela saiu do quarto, então a segui. Minha mãe estava indo em direção ao porão de casa, um lugar que ela sempre me proibiu de ir. Ao abrir ele, vi várias teias de aranha espalhada pelo local, então á segui. Ela acendeu a luz e vi o que tinha no porão, possui várias pilhas de cartas em um lado e do outro algumas espécies de máquinas. Olhei para ela e perguntei:
- O que é tudo isso?
- Essas cartas são do seu pai. Quando namorávamos ele vivia mandando cartas á mim, a letra dele era linda.
- Posso vê-las?
- Claro!
Peguei a primeira que vi e nela estava escrito:
“Querida Susan,
Terei que viajar para uma missão na Europa, pelo exército. Voltarei em breve.
Beijos, de seu amor,
Larry!”
Uma lágrima estava escorrendo de meu olho, enxuguei-a e guardei a carta em meu bolso, sem minha mãe ver. Ela olhou pra mim e disse:
- Esta foi a última carta que recebi dele, nunca mais o vi.
- E estas máquinas? Foi meu pai que construiu?
- Não. Estas máquinas foi obra do pai do seu irmão, Albert.
- Como assim?! – Disse em um tom surpreso. – Pai do meu irmão?!
- É. Quando tive você, estava passando por um momento muito ruim em minha vida. Chorava todos os dias e não conseguia emprego. Foi aí que conheci Albert, ele construía máquinas muito modernas. Começamos á namorar e um ano depois tive Tony.
- E onde está este tal de Albert?
- Não sei. Ele desapareceu, disse que ia para New York, e nunca mais voltou.
Fiquei triste por ver como minha mãe sofreu então a abracei. Tentei mudar um pouco o assunto e perguntei o que as máquinas faziam.
- Elas estão quebradas, e eu não sei arruma-las. – Respondeu.
Enquanto estávamos conversando, ouvimos um barulho que parecia uma explosão, do lado de fora do porão e que parecia ter vindo de casa. Saímos correndo para ver o que era e nos deparamos com Tony do lado de fora desesperado.
- O que aconteceu? – Perguntei á ele.
- Sei lá, eu só fui beber um pouco de água, aí uma chama saiu do meu dedo e eu tentava apagar, mas não conseguia, depois esbarrei na mesa e relei no guardanapo que incendiou e começou á se alastrar.
- Ah! Claro, e eu joguei água da minha mão.
- É sério cara.
- Sem brigas meninos. – Disse Susan.
Ela correu em direção á casa e pegou o extintor de incêndio. Após 5 minutos ela voltou e disse que estava tudo bem. Então entramos em casa. Olhei para minha mãe e ela sussurrou:
- Amanhã continuo.
- Tudo bem! – Respondi.